30/08/2009

QUANTOS PINÓQUIOS EXISTEM


Em 23 de setembro de 2006, o então candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, enviou uma carta aos professores do Estado comprometendo-se com uma série de mudanças visando melhorar o sistema de ensino estadual e valorizar os profissionais de educação.

Dentre as principais promessas feitas destacaram-se a incorporação de gratificação do Nova Escola aos salários dos professores (gratificação que na prática cria desigualdades salariais entre os profissionais), reposição salarial devido ao arrocho de mais de 10 anos, descongelamento do plano de carreira dos profissionais administrativos e o fim das terceirizações e contratos.

Após quase três anos de governo, o possível príncipe virou sapo. Sérgio Cabral e a Secretária de Educação, Tereza Porto, praticam um verdadeiro desmonte na educação estadual, camuflando tal ação na distribuição de laptops para uma parcela dos professores. Laptops, vale lembrar, comprados em licitações suspeitas.

A incorporação da gratificação do Nova Escola foi anunciado para o dia 18 de agosto. Entretanto, o governo pretende parcelar a incorporação em 6 anos, o que na pratica arrochará mais o salário dos professores. Atualmente recebemos 607,00 r$ brutos, e em 2015 o salário chegaria a 1045,00 r$.

Ora, não é preciso ser mestre em economia para entendermos que na prática haverá perda do poder de compra devido a inflação prevista para o período. O plano de carreira do magistério foi reduzido
de 12% para 7,5% a cada 5 anos e as contratações temporárias de professores persistem mesmo com a enorme fila de concursados aprovados nos últimos anos.

Na prática, o governo do Estado do Rio de Janeiro está convidando os professores e funcionários administrativos a pedirem exoneração, tornando cada vez mais precária a educação no Estado, cujo principal resultado social será o abandono de estudantes, que não podem pagar por boas escolas, à ignorância e à miséria, cuja combinação resulta no aumento da criminalidade.

No curto prazo, esse descaso afeta apenas a vida dos professores, mas no médio prazo afetará a vida de toda a população, mesmo daquelas que não tem filhos matriculados nas escolas estaduais.
Nós, professores do Estado, estamos praticamente sozinhos nesta luta, os jornais dão pouco espaço para a realidade educacional do Estado, e muitos ainda mentem na primeira capa, fazendo propaganda extra-oficial desse governo.

Portanto, não acreditem nas mentiras desse governo com relação à educação, saúde e segurança pública em propagandas pagas na televisão e rádio, a verdade é outra, e não é muito boa para nós. Antes de votarem na permanência desse governo nas próximas eleições, antes de votarem no Sérgio Cabral ou em deputados “amigos” do governo, procurem se informar acerca das promessas feitas na campanha anterior, e nas ações realmente praticadas.

Na próxima campanha provavelmente Sérgio Cabral glorificará sua amizade com o presidente Lula, como forma de trazer mais investimentos e dinheiro para o Estado do Rio de Janeiro. Mas lembrem-se, os amigos de Lula são muitos, inclusive o José Sarney.

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